
Thaís
Janeiro 2004
70 x 60 cms
Óleo sobre chapa de ferro
Retrato produzido logo após a graduação da FAAP. Na época, eu dividia um ateliê com Marcela Tiboni, Thaís Albuquerque e Amanda Mei, entre outros artistas. Thaís estava produzindo objetos na época, sobrepondo, colando, grampeando e derretendo uma miríade de coisas aparentemente desconexas para criar novos (e às vezes perturbadores) significados. Usava muitos objetos descartados, às vezes corroídos pelo tempo, resultando em obras com um visual que lembrava o grunge que ficou popular nos anos 90. Essa predileção pelo desgastado fez com que eu começasse a chamar as obras dela de "Estética de Decomposição", nome que nunca contei a ela. Nessa época, lembrei do retrato que fizera de Marcela e resolvi fazer um de Thaís também, por ser a pessoa com quem eu mais passava o tempo no ateliê. De acordo com o processo que eu estava usando para produzir os outros retratos, fui procurar uma relação entre suporte e tinta que tivesse alguma relação com ela. E logo cheguei na idéia de produzir o retrato em chapa de ferro. O óleo, naturalmente imiscível em água, protegeria as partes pintadas, enquanto o resto do suporte seria deixado ao relento para enferrujar, aproximando-se do estilo de objetos que Thaís produzia. Anos mais tarde, quando resolvi deixar as agências de publicidade para seguir a carreira de artes, soube que Thaís tinha feito o caminho oposto, largando a carreira de artes que já chamava atenção, para dedicar-se a uma carreira em produtoras de publicidade.
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